segunda-feira, 15 de março de 2010

PMDB e PDT enquadram prefeitos descontentes com aliança

Em nome da candidatura de Fogaça, siglas fazem reuniões hoje para reduzir insatisfações internas
Em sua maior investida para domar a dissidência, a cúpula do PDT se reúne hoje com dezenas de prefeitos para pregar apoio à candidatura de José Fogaça (PMDB). Enquanto isso, uma reunião do PMDB discutirá formas de domar outro problema: as exigências que o PDT apresentará para fechar a coligação em busca do Piratini.

Pelo menos 30 dos 64 prefeitos pedetistas estarão às 17h, na sede do partido em Porto Alegre, ouvindo da executiva estadual os argumentos para apoiar Fogaça. Quem não comparecer terá de se manifestar por escrito. Mesmo em caso de rejeição ao prefeito da Capital, a ordem no partido é para que todos se engajem na campanha.

– Não pode discutir, perder e sair. Tem que discutir, perder e aderir – resume o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT), provável candidato a vice na chapa de Fogaça.

Na quinta-feira passada, levantamento de ZH mostrou que 21 prefeitos trabalhistas preferem coligação com Tarso Genro, o pré-candidato do PT. Outros 20 revelaram-se alinhados com Fogaça. Pompeo garante que, no momento, são apenas três os prefeitos contrários a ingressar na campanha peemedebista. Embora evite mencionar nomes, ele se refere a Délcio Hugentobler (Taquara), Mariovane Weis (São Borja) e Airton Luiz Artus (Venâncio Aires). Em 1998, pedetistas que se negaram a apoiar Olívio Dutra (PT) foram expulsos do partido. Segundo o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr., a hipótese é remota na situação atual:

– Cada caso será examinado. Não creio que chegaremos a esse ponto. O diálogo é a característica da nossa gestão partidária.

Até aliado de Dilma recua para evitar racha no PMDB

Os dissidentes trabalhistas, no entanto, devem se agarrar ao resultado de outra reunião para seguir contestando a aliança. Também no fim da tarde, caciques do PMDB estarão na sede da sigla, na Avenida João Pessoa, para recuar em duas exigências do PDT. A primeira se refere ao apoio à candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT).

Devido à agressiva resistência nas bases, até o maior cabo eleitoral da ministra no PMDB, deputado federal Mendes Ribeiro, deu para trás:

– Apoiar a ministra ou José Serra (candidato do PSDB), isso tudo é uma questão lá na frente.

A segunda exigência a ser rejeitada será o número de cargos: poucos no PMDB aceitam que o PDT assuma, em um possível governo estadual, o mesmo número de secretarias que a legenda de Fogaça terá.
– Outros partidos devem compor nossa coligação no segundo turno. Não faz sentido dar 50% para um só – diz um dos caciques.
ZERO HORA

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