quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Inflação oficial é a maior desde 2005; carne sobe 10% em novembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou novembro com variação de 0,83%, acima da taxa de 0,75% do mês anterior, e atingiu o maior patamar desde abril de 2005, quando alcançou 0,87%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. O avanço do índice usado para as metas de inflação do governo foi motivada mais uma vez pelo alta nos preços de alimentos e bebidas.
"O consumidor passou a pagar, em média, 10,67% a mais por 1 kg de carne, cujos preços já registram aumento da ordem de 26,79% neste ano de 2010. O item carnes teve a maior contribuição individual do mês, 0,25 ponto percentual, tomando conta de 30% do índice do mês. A carne-seca ficou 7,05% mais cara em novembro e 18,48% no ano. O frango passou a custar 3,35% a mais, registrando alta de 9,42% no ano", afirmou o IBGE em nota.
"A carne está com a demanda crescente em todo o mundo. Ela ainda se encontra num período de entressafra, o que encarece ainda mais os preços", disse a economista do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. "A seca prejudica os pastos e o gado tem que ser confinado e passa a ser tratado com rações a base de trigo, milho e soja, produtos em alta no mercado. Há também menos matrizes, diminuindo ainda mais a oferta."
Ela explicou que o aumento das carnes bovinas puxa toda a cadeia de produtos substitutos. O IBGE detectou acelerações também nos preços de carne seca, salsicha e frango em pedaços. Entre 2007 e 2010, os alimentos somam uma alta de 38,38%, ao passo que o IPCA acumula no período 21,45%.
"É um diferença expressiva. Os alimentos subiram em 2007, 2008 e deram um trégua em 2009, mas voltaram a subir em 2010. Os alimentos estão ganhando essa corrida", afirmou Eulina. Fora do grupo dos alimentos, os destaques de alta foram aluguel, condomínio e energia elétrica em Habitação, e empregados domésticos em Despesas Pessoais.
Com o resultado, o IPCA acumula alta de 5,25% no ano até novembro, acima dos 3,93% em igual período de 2009. Nos últimos 12 meses, a taxa passou para 5,63%, acima do acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (5,20%). Em novembro de 2009, o índice havia sido de 0,41%. A meta de inflação do governo é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Além das carnes, outros alimentos também apresentaram aumentos de preço em novembro, como o açúcar cristal (8,57%) e refinado (6,52%). Por outro lado, o feijão carioca, que havia subido 31,42% em outubro, ficou 6,64% mais barato - no entanto, o preço do quilo ainda custa quase o dobro se comparado a dezembro de 2009. Também apresentaram preços menores em novembro o tomate (-3,84%), arroz (-1,22%) e cebola (-3,95%).
O IPCA é o último dado de inflação divulgado antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar, após o fechamento do mercado nesta quarta-feira, sua decisão sobre a taxa básica de juro (Selic). O mercado projeta estabilidade em 10,75% ao ano. O indicador de inflação é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento mensal de um a 40 salários mínimos de nove regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia e de Brasília.

Com informações da Reuters site da Terra.

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